A História das Jornadas Mundiais da Juventude

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

O PREÇO PAGO PELA NOSSA SALVAÇÃO
Disse Jesus: “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, do mesmo modo é preciso que o Filho do Homem seja levantado. Assim, todo aquele que nele acreditar, nele terá a vida eterna. Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus enviou seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo seja salvo por meio dele”. (Jo 3, 13-16).

O Evangelho de João nos faz refletir “a grandeza do amor de Deus” (1 Tm 1,16) por nós: o “Filho do Homem” foi crucificado na cruz em favor da nossa salvação. O quanto devemos a Nosso Senhor Jesus Cristo. Dele dependemos. A gratidão e a uma vivência santa e fraterna, com o auxílio do Espírito Santo, é o mínimo que podemos fazer para também amar Aquele que nos ama profundamente.

Santa Teresa, no Livro da Vida (cap. 16/ ponto5), sobre a cruz, considera: “Ó verdadeiro Senhor e glória minha, tendes preparada leve e, ao mesmo tempo pesadíssima cruz para quem chega a esse ponto (de querer ver a alma livre, vivendo somente em Deus)! Leve porque é suave; pesada porque há vezes em que não há paciência que a sofra. Contudo a alma jamais quisera ver-se livre dela, salvo para já se ver convosco. Quando se recorda que em nada vos serviu e que vivendo pode servir-vos, quisera carregar-se de cruz muito mais pesada e nunca morrer até o fim do mundo. Não faz o mínimo caso de seu descanso a troco de vos prestar um pequeno serviço”.

Essas palavras de Teresa D’Ávila muito nos animam a carregar nossa cruz diária. Temos ciência de nossa fraqueza, mas o Cristo nos ajuda a suportar, seja o peso que for, pois peso maior Ele levou.

São João da Cruz, nos Escritos Espirituais -Ditames do Espírito-, Ditame 7 -segunda parte-, pondera o seguinte: “quando a alma estiver entretida na compaixão da cruz e paixão do Senhor, recorde-se de que nela esteve unicamente (o Senhor) operando nossa redenção, segundo está escrito: ‘Eu pisei sozinho no lagar’ (Is 63,3); daí haurirá e lhe advirão considerações e pensamentos muito proveitosos”.

Nosso Pai São João da Cruz foi por demais feliz ao citar em seu pensamento a passagem de Isaías, visto que Jesus é a imagem do vinhateiro que pisa as uvas do pecado, a fim de trazer redenção à humanidade.

E por fim, para nosso conhecimento, a Festa da Santa Cruz, celebrada no dia de hoje, surgiu no ano de 355, por ocasião da inauguração das duas grandes basílicas na cidade de Jerusalém: a do Calvário e a do Santo Sepulcro. A construção destas duas basílicas foi ordenada pelo imperador Constantino.

Que Cristo nos auxilie na caminhada cotidiana, e que da mesma forma prestemos auxílio aos outros.

Abraços fraternos,
Ceane Ribeiro (Mariana José de Jesus Mazurek, ocds)

Jovens da OCDS

PORQUE TE AMO, MARIA



Quando o anjo te anunciou que serias a Mãe
Do Deus que conquistastes por tua humildade,
Tornou-te onipotente essa virtude oculta,
Ela ao teu coração trouxe a Trindade santa
e o Espírito de Amor, cobrindo-te em sua sombra,
O Filho, igual ao Pai, encarnou-se em teu seio...
Inúmeros serão seus irmãos pecadores,
Uma vez que Jesus é o teu primeiro filho!...

Ó Mãe muito querida, embora pequenina,
Trago em mim, como tu, o Todo-Poderoso
e nunca tremo ao ver em mim tanta fraqueza.
O tesouro da Mãe é possessão do Filho,
e sou tua filha, ó Mãe estremecida.
Tua virtude e amor não são, de fato, meus?
E quando ao coração me vem a Hóstia santa,
Teu Cordeiro Jesus, crê que repousa em Ti!...

Tu me fazes sentir que não é impossível
Os teus passos seguir, Rainha dos eleitos,
Pois o trilho do céu nos tornastes visível,
Vivendo cada dia as mais simples virtudes.
Quero ficar pequena ao teu lado, Maria,
Por ver como são vãs as grandezas do mundo.
Ao ver-te visitar a casa de Isabel,
Aprendo a praticar a caridade ardente.

Santa Teresinha do Menino Jesus

Jovens da OCDS

Beata Elisabete da Trindade

Oh !
Depressa responderei ao teu
chamamento, dentro em pouco
serei toda sua, dentro em breve
direi adeus a tudo o que amo.
Ah! O sacrifício já esta feito,
o meu coração está desligado de
tudo, nada lhe custa fazer por
Ti.
Mas há um sacrifício doloroso
ao meu coração,
um sacrifício para o qual Te
peço para me ajudares:
é a minha mãe, a minha irmã.
Estou feliz por ter um
verdadeiro sacrifício para Te
oferecer.
Porque Tu cumulaste-me de
presentes e eu, que tenho para
Te trazer ?
Tão pouca coisa e esse pouco,
é ainda um dos teus dons.
Ah! Pelo menos ofereço-te um
coração que a nada mais
aspira senão a partilhar os Teus
sofrimentos, um coração que só
vive para Ti, que só te quer a Ti
que há tantos anos só aspira a
ser Teu...

Jovens da OCDS

São Jõao da Cruz

´´Para chegares a saborear tudo, não queiras ter gosto em coisa alguma.
Para chegares a possuir tudo, não queiras possuir coisa alguma.
Para chegares a ser tudo, não queiras ser coisa alguma.
Para chegares a saber tudo, não queiras saber coisa alguma.
Para chegares ao que não gostas, hás de ir por onde não gostas.
Para chegares ao que não sabes, hás de ir por onde não sabes.
Para vires ao que não possuis, hás de ir por onde não possuis.
Para chegares ao que não és, hás de ir por onde não és.
Modo de não impedir o tudo:
Quando reparas em alguma coisa, deixas de arrojar-te ao tudo.
Porque para vir de todo ao tudo, hás de negar-te de todo em tudo.
E quando vieres a tudo ter, hás de tê-lo sem nada querer.
Porque se queres ter alguma coisa em tudo, não tens puramente em Deus teu tesouro.´´

Jovens da OCDS

Busca-te em Mim


Alma buscar – te - ás em mim
E a mim, buscar-me-ás em ti.

De tal sorte pôde o amor, alma, em mim te retratar
Que nenhum sábio pintor soubera, com tal primor,
tua imagem estampar.

Foste por amor criada, bonita, formosa e, assim,
em meu coração pintada, se te perderes, amada alma,

Buscar-te-ás em mim, buscar-me-ás em ti.

Porque sei que te acharás em meu peito retratada,
Tão ao vivo desenhada, que, em te olhando, folgarás
Vendo-te tão bem pintada.

E se acaso não souberes em que lugar me escondi
Não busques aqui e ali, mas se me encontrar quiseres

A mim, buscar-me-ás em ti, buscar-te-ás em mim.

Sim, porque és meu aposento, és minha casa e morada
E assim chamo no momento em que de teu pensamento
Encontro a porta cerrada

Busca-me em ti, não por fora... Para me achares ali
Chama-me, que a qualquer hora a ti virei sem demora
E a mim, buscar-me-ás em ti, buscar-te-ás em mim.
Santa Teresa de Jesus

Jovens da OCDS

DEZ PASSOS DA ORAÇÃO CARMELITANA

1- Uma determinada determinação de rezar. Decidir-se a rezar todos os dias, em todos os momentos, determinar um tempo para a oração diária, para “estar a sós com aquele que sabemos que nos ama”. Não desistir.
2 - Preparação remota: criar um ambiente externo de “silêncio e recolhimento” e um ambiente interior: “presença de Deus, atenção aos sinais dos tempos e dos lugares que nos falem de Deus”, para saber reconhecer Deus que nos visita.
3 - Preparação próxima: um pouco antes da oração desligar-nos de tudo o que pode nos perturbar, preocupar. Todo encontro que é amor se prepara com antecedência e se deixa tudo por ele. Saber dar espaço para que Deus bata à nossa porta. Ele quer entrar e estar conosco no nosso “castelo interior”.
4 - Presença de Deus: é o momento importante quando, invocando o Espírito Santo, nos dispomos a rezar. Reza-se, rezando. É o Espírito Santo o mestre da nossa oração, deixe que ele reze em você. Invocar o Senhor.
5 - Leitura meditativa: é sempre bom se ajudar, quando o coração está árido, com uma leitura, preferencialmente a Bíblia, ou outro livro. Santa Teresa sempre levava um livro na sua oração. Ler lenta-atenta-amorosamente para saborear a palavra de Deus.
6 - Meditação: refletir e aplicar à nossa vida a palavra lida. Um trabalho da mente muito importante. Deus nos fala e quer que nós compreendamos a sua palavra de amor. É sempre importante escolher um tema para meditar. A improvisação em nenhuma coisa é boa, também na oração não ajuda.
7 - Diálogo afetivo ou amoroso – “coração da meditação carmelitana”: deixar expandir o coração, falar com Deus a partir da vida, do cotidiano, não ter pressa, não ter medo, dizer ao Senhor que nos ama tudo o que se passa em nosso coração. É o face a face. É o deixar-se mar por Ele.
8 - Compromisso: todo encontro oracional deve ser confirmado, consagrado num compromisso concreto, viável, que fecunde a nossa vida e nos torne sinais verdadeiros da presença de Deus. Evitar compromisso teórico e barato. O que hoje quero fazer a partir da minha meditação?
9 - Agradecer: depois de todo encontro de amor, de amizade, sentimos a necessidade de agradecer. Pode agradecer com o seu coração, com suas palavras ou com textos que lhe fazem bem: “Magnificat, Pai-nosso...”.
10 - Voltar ao trabalho: com o coração novo, com empenho e compromisso. Depois da oração não estamos mais sozinhos. Deus vai conosco, as três pessoas da Trindade trabalham conosco. É vida nova, é paz, compromisso, amor concreto.
Se todos os dias formos fiéis a este caminho de oração,
em pouco tempo a nossa vida será transformada, comprometida.
“Na realidade, a oração é um descanso, um repouso”.
É aproximar-se com toda a simplicidade daquele que se ama.
É permanecer junto a ele como um filhinho nos braços de sua mãe, num abandono do coração”

(Beata Elizabete da Trindade)

Jovens da OCDS

Valores



“Bendirei continuamente ao Senhor, seu louvor não deixará meus lábios”.
Glorie-se minha alma no Senhor; ouçam-me os humildes, e se alegrem.
Glorificai comigo o Senhor, juntos exaltemos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele me atendeu, livrou-me de todos os temores.
Olhai para Ele a fim de vos alegrardes, e não se cobrir de vergonha o vosso
rosto.
Vede, este miserável clamou e o Senhor o ouviu, de todas as angústias o livrou.
O anjo do Senhor acampa em redor dos que o temem, e os salva.
Provai e vede como o Senhor é bom.
Feliz o homem que se refugia junto dele.
Reverenciai o Senhor, vós, seus fiéis, porque nada falta àqueles que o temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
Mas aos que buscam o Senhor nada lhes falta.
Vinde, meus filhos, ouvi-me: eu vos ensinarei o temor ao Senhor.
Qual é o homem que ama a vida, e deseja longos dias para gozar a felicidade?
Guarda tua língua do mal, e teus lábios das palavras enganosas.
Aparta-te do mal e faze o bem; busca a paz e vai ao seu encalço.
Os olhos do Senhor estão voltados para os justos e seus ouvidos atentos aos seus clamores.
O Senhor volta à face irritada contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a lembrança deles.
Apenas clamaram os justos, o Senhor os atendeu e os livrou de todas as suas
angústias.
O Senhor esta perto dos contritos de coração, e salva os que tem o espírito
abatido.
São numerosas as tribulações do justo, mas de todas livra o Senhor.
Ele protege cada um de seus ossos: nem um só deles será quebrado.
A malícia do ímpio o leva à morte, e os que odeiam o justo serão castigados.
O Senhor livra a alma de seus servos;
Não será punido quem a Ele se acolhe.”
Salmo 33.

Vale a pena repetir o versículo 16: “Os olhos do Senhor estão voltados para os justos e seus ouvidos atentos aos seus clamores”.

Diante dos desafios e mistérios da vida, o homem que busca o seu apoio no Senhor nada temerá. Porém muitos são os que buscam, como razão maior de sua vida, o acúmulo de riquezas, o poder ou a beleza exterior. Triste sorte dos que confiam nestes falsos ídolos como fonte de vida, de paz e de amor.

“Nem a beleza, nem o poder dos ídolos podem igualar-se a essas maravilhas (de Deus). Eis por que não há motivo para crer nem proclamar que sejam deuses, já que não lhes é dado praticar a injustiça junto aos homens nem lhes outorgar o bem. Se admitis que não são deuses, não tenhais deles receio algum. Eles não têm a faculdade de amaldiçoar os reis nem de abençoá-los. Muito menos podem fazer com que no céu apareçam sinais aos pagãos; não brilham como o sol, nem alumiam como a lua”- Baruc 6, 62-66.
Conforme estrutura-se em nós esta ordem de valores, define-se as nossas prioridades e metas de vida. Caso creia que o dinheiro é o fundamental, orientarei o meu tempo e atividades para conquista-lo. O mesmo ocorre com a beleza física, o poder, o status, etc. Consumimos o nosso tempo precioso, muitas vezes, apenas com o que está externo, com o que se findará e não nos servirá de nada para a nossa eterna salvação. Deixamos até mesmo de viver o amor, o que deveria ser o centro, por nos deixar escravizar por um sistema que nos conduz a sermos meros produtores e consumidores.
Ao realizarmos pesquisas com crianças e adolescentes temos detectado uma triste realidade: elas pedem Paz! Muitas escrevem que não suportam mais as brigas familiares e quase 100% delas coloca como o bem mais precioso, a vivência do amor na família.
Todos sabemos que o ser humano precisa ser amado e amar para ser feliz, mas em uma sociedade que visa o lucro, esta vivência vai se tornando cada vez mais escassa. Trabalha-se muito, compra-se muito e nas poucas horas de convívio a televisão e o computador roubam o espaço. Quantas ilusões tem nos afastado do essencial.
Nesta roda viva aonde os “modelos” impostos para serem imitados são apenas “aparência”, encontramos garotos preocupados em vestir-se com determinadas marcas de roupas e adquirir aparelhos, motos etc. As meninas são vítimas de regimes alimentares cruéis, plásticas, academias para chegarem a ser objetos que serão usados e descartados.
A onde está o nosso valor? O que precisamos ter ou ser para sermos amados?
Será que temos consciência da grandiosidade da nossa existência quando Jesus afirma: “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo...”- Mt5?
Será que a altura, o peso ou os bens materiais de Jesus faziam alguma diferença no que Ele era e é? E Nossa Senhora, S. Paulo, Santo Antonio, S. Francisco de Assis?
Tudo isto torna-se nada quando comparado a existência maravilhosa destes. As pegadas que deixaram transformaram a história porque eram portadores de Graça de Deus.

Reflexões:

1- Aos olhos de Deus, onde está o nosso valor? O que precisamos fazer para alcançarmos à plenitude? Isto é acessível a todos?
2- Aos olhos de um mundo capitalista onde está o nosso valor? O que é preciso fazermos para o alcance da plenitude? Isto é acessível a todos?
3- Quais são as conseqüências pessoais de se ter como valores apenas os bens deste mundo? Conseguiremos nos amar? Quais as conseqüências sociais de um mundo que vive a inversão de valores? Se o dinheiro é um valor maior, isto gerará o desejo de acumulá-lo. Se uns poucos acumularem o que acontecerá com a maioria? E se ocorrer esta mesma inversão tendo em vista o poder ou o prazer?
4- Quais seriam as conseqüências pessoais e sociais se houvesse a busca dos valores propostos por Jesus no Sermão da Montanha, em especial nas bem-aventuranças (Mt5)?

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” Mt 6,33.

VI Encontro de Jovens da OCDS

Maria Inês (Psicóloga)

Jovens da OCDS

Carmelitas seculares em constante serviço e oração


Vamos nos entreter com a espiritualidade carmelitana, fonte que sacia nossa história.
Espiritualidade de oração e silêncio que satisfaz nosso coração desejoso de experiência de amor com o Amado.
Experiência essa que nos empenha a caminhar rumo a um mundo mais justo e mais fraterno.
“Todos os homens são chamados a participar na caridade da única santidade de Deus: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (MT 5,48).
Em que consiste a perfeição?
"A função da perfeição é fazer com que cada um de nós conheça a sua imperfeição." (Textos Cristãos)
Conhecendo a nós mesmos e procurando trilhar o caminho do bem, estamos alçando a perfeição.
Configurando a Cristo Jesus, pois fomos criados à sua imagem e semelhança.
“O seguimento de Cristo é o caminho para chegar à perfeição que o batismo abriu a todo cristão. Por ele se participa da tríplice missão de Jesus: real, sacerdotal e profética. A primeira o compromete na transformação do mundo, segundo o projeto de Deus. Pela segunda, oferece a si e oferece toda a criação ao Pai com Cristo e guiado pelo Espírito. Como profeta anuncia o plano de Deus sobre a humanidade e denuncia tudo o que a ele se opõe [1]. 1] Lumem Gentium 31-35.
A grande família do Carmelo Teresiano está presente no mundo de muitas formas. Seu núcleo é a Ordem dos Carmelitas Descalços, formada pelos frades, as monjas de clausura e os seculares. É uma só Ordem com o mesmo carisma. Esta se nutre da longa tradição histórica do Carmelo, recolhida na Regra de Santo Alberto e na doutrina dos carmelitas doutores da Igreja e de outras santas e santas da Ordem. ”(Proêmio das Constituições OCDS)
Creio que nossa missão é sermos amigos fortes de Deus.
No cenário competitivo desse mundo, correr atrás do essencial. Viver a alegria e a fé. Ser diferente, fazendo com a nossa vida a diferença através do testemunho constante.
Entusiasmar com a novidade do Evangelho, não desistindo nunca de acreditar, pois a esperança no Ressuscitado é o que nos impele a prosseguir.
. “Os Carmelitas Seculares, em união com os Frades e as Monjas, são filhos e filhas da Ordem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus. Portanto, compartilham com os religiosos o mesmo carisma, vivendo-o cada um segundo seu próprio estado de vida. É uma só família com os mesmos bens espirituais, a mesma vocação à santidade (cf. Ef 1,4; 1Pd 1,15) e a mesma missão apostólica. Os Seculares trazem para a Ordem a riqueza própria de sua secularidade[2]”. (Const ocds)
Somos uma só ordem com o mesmo carisma, empenhados a ser no mundo uma presença do amor de Deus através da vida orante. Isso é sempre um desafio porque há o medo, a desilusão, o desespero, o desamor, a desconfiança, a violência e tantos outros terrores que nos afastam do essencial.
È preciso realmente ter desejo de santos, e estarmos de pé como esteve sempre nossa mãe e irmã a Virgem Maria.
Tender àquilo que nos propõe caminho novo em busca do reino que é dos pobres e excluído.
Alguns princípios vão nos orientar para essa vivência carmelitana (Const OCDS)
(A) Viver em obséquio de Jesus Cristo;
(b) Ser diligentes na meditação da lei do Senhor;
(c) Reservar tempo para a leitura espiritual;
(d) Participar na liturgia da Igreja, tanto na Eucaristia como na Liturgia das Horas;
(E) Interessar-se pelas necessidades e pelo bem dos demais na comunidade;
(f) Armar-se com a prática das virtudes, ao mesmo tempo em que se vive uma vida intensa de fé, esperança e caridade;
(g) Buscar o silêncio interior e a solidão em nossa vida de oração;
(h) Usar prudente discrição em tudo que fazemos.
Levando em conta as origens do Carmelo e o carisma Teresiano, os elementos primordiais da vocação dos leigos Carmelitas Teresianos podem ser assim sintetizados:
(A) Viver em obséquio de Jesus Cristo, apoiando-se na imitação e no patrocínio da Santíssima Virgem, cuja forma de vida constitui, para o Carmelo, um modelo de configuração com Cristo;
(b) Buscar a “misteriosa união com Deus” pelo caminho da contemplação e da atividade apostólica, indissoluvelmente irmanada, a serviço da Igreja;
(c) Dar uma importância particular à oração que, alimentada com a escuta da Palavra de Deus e a liturgia, possa conduzir ao trato de amizade com Deus, não só quando se ora, mas também quando se vive. Comprometer-se nesta vida de oração exige nutrir-se da fé, da esperança e, sobretudo, da caridade, para viver na presença e no mistério do Deus vivo [14];
(d) Impregnar de zelo apostólico a oração e a vida em um clima de comunidade humana e cristã;
(E) Viver a abnegação evangélica a partir de uma perspectiva teologal;
(f) Dar importância, no compromisso vangelizador, à pastoral da espiritualidade como a colaboração peculiar da Ordem Secular, fiel à sua identidade Carmelitano-Teresiana.
Penso que podemos espelhar no exemplo de nossos santos que tão jovens ofereceram suas vidas para o Amor. Conhecendo a experiência de Teresinha de Jesus, Elizabeth da Trindade, Teresa dos Andes, Edith Stein, Josefa Naval etc. vamos fazer também nosso caminho.
“Não me arrependo de ter me entregue ao amor”. Stª Teresinha do Menino Jesus
Entreguemo-nos ao amor, e que essa entrega nos faça amar mais e servir melhor. Dedicar mais e empreender o reino de amor e de justiça, de compromisso e doação, de vivência e fé, de anúncio e denúncia, de discípulos e missionários á luz do Espírito que é fogo que inflama nossas almas e nos impulsiona a Ser, e não desistir.
VI Encontro de Jovens da OCDS

Ana Maria Eymard Pereira Scarabelli-OCDS

Jovens da OCDS

Palestra: – Auto - Conhecimento em Maria como modelo Carmelitano – Tayara



“O aspecto particular da Virgem Maria que deve estar presente em qualquer pessoa chamada ao Carmelo é a inclinação a meditar em seu coração, é a frase que o Evangelho de São Lucas usa duas vezes para descrever a atitude de Maria frente a seu Filho”. Se todos os demais aspectos da vida mariana podem estar presentes, a devoção, o escapulário, o terço e todas as demais coisas. Todos eles sim, todavia, são aspectos secundários na devoção mariana. Maria é nosso modelo de oração e meditação. Este interesse em aprender a meditar ou a inclinação à meditação e a característica fundamental de qualquer secular carmelita e talvez, a mais importante.

(...) Maria é para os membros da Ordem Secular o modelo de atitude meditativa e de disponibilidade. Ela atrai e inspira os carmelitas de uma maneira contemplativa a entender a vida do corpo místico de seu Filho, a Igreja. Isto é, ela atrai a pessoa ao Carmelo”. (P. Aloysius Deeney, OCD in Elementos Para O Discernimento Da Vocação À Ordem Dos Carmelitas Descalços Seculares).

O Carmelo é um celeiro de possibilidades. Nele há uma rica herança não apenas de tradições, mas de possibilidades de enriquecimento e de crescimento espiritual. Na transitoriedade da vida, o Carmelo nos aponta que podemos ser santos, que podemos viver o que antes parecia impossível: uma santidade impregnada de nossas humanidades. Através da espiritualidade carmelitana, enxergamos que vivemos no tempo na esperança da eternidade, com os olhos no Absoluto.
O ser humano é um peregrino em busca de novas fontes para seu ser. E é nesse contexto que se torna importante o discurso sobre a espiritualidade e sobre o auto-conhecimento.
A espiritualidade pressupõe o auto-conhecimento do ser humano em sua totalidade e integralidade, ou seja, o ser humano a ser compreendido como corpo, alma, psiquismo, desejos, ego, superego, relacionamentos com os outros, consigo e com Deus. A espiritualidade vista como medida de enriquecimento, cura interior, relacionamento com Deus e consigo para projeções externas é uma forma do ser humano se ver com realidade, com verdade. A espiritualidade pode significar uma medida de reconciliação com Deus, partindo do arrependimento do pecado, que se projeta na reconciliação consigo e com o outro.

Quando penso em “modelo carmelitano”, penso em contemplação, em espiritualidade e em como a nossa espiritualidade está empobrecida, devido ao ritmo da vida que levamos. Não temos tempo para pensarmos tristes ou alegres, resolvidos ou indecisos, fazendo ou não a coisa certa. Não temos tempo para pensar, para sentir, para nos experimentar como humanos, para conhecer as nossas fragilidades, para o AUTO-CONHECIMENTO.
Nossa espiritualidade passa por esse mesmo caminho, o dos atropelos. Muitas vezes agimos como cristãos por obrigação, fazemos a vivência da fé cristã por tradição ou devocionismo vazio. E o conhecimento verdadeiro e autêntico de Deus vai sendo sonegado. Dessa forma, o RECONHECENDO-TE EM CRISTO não pode acontecer.
Vista de uma maneira cristã podemos acreditar, de forma talvez um pouco reducionista, em três dimensões da espiritualidade: a adoração (verticalidade – Deus e Eu), a reflexão (crer é também pensar) e a ação (a fuga da alienação e a espiritualidade do engajamento). Assim, pode-se tentar falar em espiritualidade integral, aquela que nos diz quem somos e nos aponta para o que devemos ser.
Nesse contexto, é que começamos a pensar em MARIA como modelo de espiritualidade. É importante pensarmos que a espiritualidade passa pelo conhecimento, discernimento, intercessão e intervenção.
Em praticamente todos os momentos bíblicos em que se fala de Maria, há a presença dessas dimensões:
Anunciação (Lucas 1, 26)
Visitação (Luc. 1-39)
Bodas de Caná (Primeiro Milagre de Jesus) (Jo 2, 1) –“Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Aos pés da Cruz (Jo 19, 25)

Como carmelitas amantes do Carmelo ou apenas desejosos de conhecê-lo, sabemos que Maria é um dos seus alicerces mais profundos e mais ricos. Cristãos-católicos proclamam-se filhos de Maria, carmelitas, alem de filhos proclamam-se irmãos da Virgem Santíssima, desta que leva o nome da nossa ordem e é a Rainha do Monte Carmelo.
Na história da Ordem Carmelita, temos que a Virgem Santíssima apareceu a São Simão Stock no século XIII, momento em que instituiu o escapulário e fundou as configurações do modelo carmelitano por meio desse santo que mais tarde viria a ser o superior da Ordem. Portanto, a presença de Maria na história do Carmelo é algo profundo e antigo. Para nós, Maria não é somente a mãe que intercede junto ao Pai, ela é modelo de silêncio e voz, espera e ação, palavra e musica força e fragilidade feminina. Tudo isso, indubitavelmente, se resume no auto-conhecimento de Maria e de sua posse de si mesma.
Orando à Virgem do Silêncio, Pe. Inácio Larranaga evoca:

Tu és disponibilidade e receptividade. Tu és fecundidade e plenitude. Tu és atenção e solicitude pelos irmãos. Estás revestida de fortaleza. Resplandecem em ti a maturidade humana e a elegância espiritual. És senhora de ti mesma antes de ser Nossa Senhora. Em ti não existe dispersão. Em um ato simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralisada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus e Deus dentro de ti. O mistério total te envolve, te penetra e te possui, ocupa e integra todo o teu ser.

Espiritualidade integral no modelo mariano, nas palavras de Fr. Patrício Sciadini, é “dizer um sim grávido das conseqüências do amor”.
É também deixar que o Espírito Santo nos conduza nesse caminho de auto-conhecimento: dando-nos o dom da FÉ que transforma e frutifica nosso temperamento, caráter, psiquê e olhares, oferecendo-nos a concretude de ser verdadeiro na manifestação da nossa cristandade e da nossa religiosidade.
Assim, a religiosidade (que é a dimensão que nos re-liga ao Absoluto) deixa de ter aquela forma antes esvaziada de espiritualidade e possa ter a mesma autenticidade da fé de Maria, com o Espírito Santo, permeando todas as dimensões do ser.
“O homem para ser dono de si mesmo deve viver em seu interior e só a partir daí terá um trato autenticamente humano. De outro lado, a misteriosa grandeza da liberdade está no fato de que Deus mesmo a respeita. As decisões do homem são intransferíveis, só a si e à sua consciência cabem as determinações transcendentais que o homem há de tomar na vida” (Edith Stein in El alma, El yo y La libertad, tradução livre).
Maria também demonstra ser modelo de auto-conhecimento para o cristão e para o carmelita, pois é sinal constante da presença ardente do Espírito Santo. Na encarnação (anunciação do anjo), a pessoa do Espírito Santo tomou posse total do universo de Maria. Desde então, ela passa a irradiar o Espírito de Deus por onde passa:
Visitação (Luc 1, 41)
Cântico de Simeão (Luc 2, 33)
Pentecostes (Atos 1, 14)

Conhecer-se exige interiorização, processo que está intimamente ligado à meditação e à contemplação, marcas características da Virgem. O auto-conhecimento, muitas vezes, é um processo longo e doloroso, de verdadeira lapidação e crise, uma crise que propicia o crescimento e o amadurecimento. Diante da crise, devemos seguir o exemplo da Mãe, da Virgem do Silêncio, que guardava todas as coisas no seu coração e meditava. (Lucas 2, 19).
O silêncio e a meditação de Maria eram como lâmpadas que iluminavam as trevas da dor, da angústia, dos seus inúmeros questionamentos. Um silêncio que grita.
Maria era, apesar de santa, humana, portanto cheia de humanidades, confusões, dúvidas e questionamentos. Sua grandeza está no fato de que em meio a tanta humanidade, Maria não reage de forma impaciente, irritada, agressiva, temerosa, mas sempre temente confiante e paciente, ou seja, tendo a mais pura expressão de FÉ. Mais uma vez o silêncio grita.
Ex.: Quando Jesus se perdeu no templo (Luc. 2, 41)
Quando Simeão anuncia que Jesus seria sinal de contradição e que uma espada traspassaria sua alma. (Luc. 2, 33)
Quando Jesus morre na cruz (Jo 19, 25)

Diante da anunciação e da encarnação, como pode não ter Maria saído repentinamente com medo? Como pode uma jovenzinha assumir plano tão grandioso, com tão grandiosa serenidade? Tudo isso, além de ser reflexo de ter sido concebida sem pecado, revela a integridade emocional e psíquica de Maria. Só alguém que se RECONHECE EM DEUS é capaz de agir assim.
Luc. 1 38: Sou uma serva, Faça-se!
Nesse reconhecimento e nesse faça-se, há uma imensa profundidade que revela intensa entrega, fé e doação. Mais uma vez nos recordamos do sim grávido das conseqüências do amor.

Maria diante do silêncio de Deus

Muitos santos, teólogos e escritores expressaram o silêncio de Deus, um silêncio que fere que causa dúvida e dor, mas um silêncio que pode falar forte ao coração, tudo depende do olhar.
São João da Cruz, o grande santo carmelita e doutor da Igreja assim descrevem esse silêncio:

Onde é que te escondeste
Amado me deixando com gemidos?
Fugiste como cervo, havendo-me ferido.
Saí por ti clamando, já eras ido.

Jesus, mostrando toda a sua humanidade, também expressa na cruz o silêncio do Pai quando tem a impressão de abandono: “Pai, por que me abandonaste?”.
O salmista também o expressa: “Onde está o seu Deus?” (Salmo 41)
Não se trata de sarcasmo de um voltairiano ou de um ateu. É a expressão de um crente envolvido pelo silêncio de Deus.
O silêncio de Deus é algo que está presente, mas a fé adulta, daquele que decide tomar posse de si mesmo e ter auto-conhecimento em Cristo, é a fé que vê o essencial, aquele que é invisível.
E Deus continuava em silêncio. Que fará Maria? Seu faça-se proporcionará continuamente um formidável estado interior de calma, serenidade, elegância, dignidade, uma categoria interior fora de série. Não haverá no mundo emergências dolorosas e nem eventualidades surpreendentes que possam desequilibrar a estabilidade emocional da Mãe. Antes de ser Senhora nossa fora senhora de si mesma.

Na cruz: Maria foi silenciosa sempre e, na sua humildade, percebemos que sempre preferiu ficar em segundo plano. Mas no momento da maior humilhação e dor de seu filho, ela se coloca em primeiro plano, aos pés da cruz, ainda silenciosa, mas forte e plenamente íntegra, compreendendo sua posição de mãe não apenas do salvador da humanidade, mas de mãe da humanidade na extensão de João. Compreendeu, pois todo o significado daquele momento (João 19). Aí Maria mais uma vez diz FAÇA-SE!
Nas palavras de Pe. Inácio Larranaga,
“Tudo que não se abre é egoísmo. Devoção mariana que acaba em si mesma é falsa e alienante. O trato com Maria, que busca exclusivamente segurança ou consolação, sem se irradiar para a construção de um reino de amor, não só é uma sutil busca de si mesmo, mas um perigo para o desenvolvimento normal da personalidade.”

O papel de Maria, assim, não é de ser solucionadora dos nossos problemas como se tratássemos com ela de forma comercial. Mas ela nos ajuda a encarnar Cristo em nós, ajuda-nos a RECONHERCERMO-NOS EM CRISTO e, dessa forma, ajuda-nos a sermos mais íntegros, mais completos e a trilharmos um caminho mais reto rumo ao auto-conhecimento misericordioso. Com ela aprendemos a nos olhar com mais respeito, mais misericórdia e, conseqüentemente, sermos cristificados, conformados a Jesus.

Digamos, ao modelo de Maria, um sim grávido das conseqüências do amor, por meio do silencio que grita!

VI Encontro de Jovens da OCDS

Jovens da OCDS

MENSAGEM AOS JOVENS PARTICIPANTES DO VI ENCONTRO

“Reconhecendo-te em Jesus Cristo”

Caros Jovens: Paz a vocês!

Gostaria de propor à reflexão de vocês a cena do chamado de Jesus ao Jovem rico, como aparece no evangelho de Marcos 10 e no seu comentário abaixo, a fim de que, acolhendo o amor gratuito de Jesus, se busque um conhecimento e uma maior capacitação do amor, fonte de todo conhecimento humano e espiritual.

“Um homem se aproxima de Jesus e lhe pergunta como alcançará a vida eterna”. Seguindo a tradição israelita, Jesus lhe recorda que cumpra os mandamentos. O homem confessa que «já os cumpriu»: sabe agir, é um bom cumpridor, se comporta bem em nível de leis. Porém ainda não chegou ao plano estritamente religioso da contemplação pessoal, o da gratuidade. Por isso, o texto segue: “Jesus, olhando-o com amor, lhe disse: Uma coisa te falta: vai, vende o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”.

O Evangelho não impõe uma lei, não se fecha no cumprimento de um mandato. Superando todo legalismo, a partir da plena gratuidade do reino, Jesus contempla e quer bem ao homem que o busca, e com um olhar e uma palavra de amor pede sua companhia. Este é o seu ponto de partida, o caminho que conduz à «civilização do amor»: o amou, olhou com carinho e lhe disse: «segue-me, vamos juntos».

A religião (experiência de reino) se situa, para Jesus, no amor gratuito, não no cumprimento da lei, nem no dinheiro do rico. A lei não basta: não é sinal nem princípio de amor. O dinheiro em si não é religião, ainda que sirva e seja necessário para os pobres: para que eles possam enriquecer-se com o dom da riqueza deste mundo, aberta para o reino. Como Messias do reino, Jesus só quer amor: quer caminhar com aquele que o busca dialogar com ele gratuitamente, iniciando um caminho conforme o Reino.

Jesus mostra-se assim como quem sabe olhar a uma pessoa para amá-la, suplicando uma resposta (esperando seu amor). “Mas o homem rico da passagem não acolhe o olhar de amor de Jesus, não se deixa contemplar por ele, não responde a seu olhar com um olhar de amor também: calcula seus bens e se vai, porque depende deles.” Qual é a tua resposta?

Que este encontro seja de aprofundamento no conhecimento de Jesus e na resposta ao seu amor livre, fiel e gratuito se conheça a medida de si mesmo: a de amar sem medida.

Deus os abençoe e a todos os que trabalharam para e neste e VI Encontro.

Fr. Alzinir Francisco Debastiani ocd
S. Paulo, julho de 2009.

VI Encontro de Jovens da OCDS

PERFIL DE UM CARMELITA SECULAR

ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES
PERFIL DE UM CARMELITA SECULAR
Elementos para o discernimento da vocação à Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares
Pe. Aloysius Deeney, OCD
Delegado Geral


O ponto de partida para esta colocação é responder à pergunta: Quais são os princípios que se usa para discernir a vocação à Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares? Quem é chamado a ser um Carmelita Secular e, como você distingue entre os que são chamados e os que não são chamados?
Entre os frades e as monjas, as pessoas não saem por serem más pessoas. As pessoas não são mandadas embora do mosteiro (ou do convento) por serem moralmente inaceitáveis. Ser membro da Ordem é uma vocação, e uma vocação que precisa, para o bem de todos, ser claramente identificada. De outro modo, a Ordem – sejam os frades, ou as monjas, ou os seculares se desvia de seu caminho, confunde sua identidade.
Eu descreveria um membro da Ordem Secular de Nossa Senhora do Monte Carmelo e Santa Teresa de Jesus como um membro praticante da Igreja Católica que, sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo e inspirado por Santa Teresa de Jesus e por São João da Cruz, se compromete com a Ordem a buscar o rosto de Deus, para o bem da Igreja e do mundo.
Em tal descrição se distinguem seis elementos que, conjuntamente, são elementos que movem as pessoas a se aproximarem da Ordem e a buscar uma identificação com ela de uma maneira mais formal.
Membro praticante da Igreja Católica. Isto significa católico romano, não em referência ao rito latino, porém em referência à unidade sob a liderança do Bispo de Roma, o Papa.
A maioria dos católicos romanos pertence ao rito latino; entretanto, há outros ritos dentro da Igreja Católica Romana: maronita, malabar, melquita, ucraniano, etc.. Há comunidades da Ordem Secular em cada um destes ritos: a comunidade OCDS do Líbano pertence ao rito maronita.
A palavra praticante diz alguma coisa sobre a pessoa que pode ser membro da Ordem Secular. Como critério básico para identificar um praticante da fé católica sugiro determinar sua capacidade de participar plenamente na Eucaristia, com uma consciência limpa. A eucaristia é o cume da identidade e da vida católicas; é o ponto de encontro entre o céu e a terra. Assim, se alguém é livre para participar do cume, então os pontos menores são certamente permitidos.
Na maioria dos casos, no passado, isto era de fácil determinação. As pessoas que vinham à Ordem Secular procediam de paróquias onde os frades estavam presentes, ou tinham contatos com frades ou monjas que os recomendavam para a Ordem Secular. O divórcio não era um problema significativo na vida católica; a maioria das situações era transparente. Hoje em dia não é assim. As coisas não são sempre claras, e é precisamente aqui que o Assistente Espiritual pode ser de maior ajuda para o Conselho de uma comunidade da Ordem Secular, ajudando a fazer uma seleção dos candidatos.
Darei um exemplo. Uma mulher se aproxima de uma comunidade de Ordem Secular. Ela é conhecida de alguns do Conselho, e eles sabem que ela está em seu segundo casamento. Eles também sabem que ela vai regularmente à missa e participa dos sacramentos. O Conselho gostaria de ter mais esclarecimentos antes de admitir essa pessoa na formação.
Há poucas possibilidades neste caso. A primeira é que a Igreja tenha declarado nulo seu primeiro casamento. Outra possibilidade é que, por acordo com seu confessor, ela e seu marido vivam de tal modo que participem dos sacramentos da Igreja. Uma entrevista com o Assistente Espiritual esclareceria as respostas, sem necessidade de maiores explicações. Respeitando o direito à privacidade e a um bom nome de que todo membro da Igreja desfruta, ele daria uma palavra ao Conselho que permitiria a essa pessoa entrar para a Ordem Secular.
A Ordem Secular é, juridicamente, parte da Ordem dos Carmelitas Descalços. É uma instituição da Igreja Católica Romana e está sujeita às leis da Igreja. A Sagrada Congregação deve aprovar sua legislação própria. Então, alguém que não pertence à Igreja Católica não pode ser membro da Ordem Secular. As pessoas não-católicas interessadas na espiritualidade do Carmelo são certamente bem vindas para participar de qualquer maneira que a comunidade os convidar, mas não podem ser membros da Ordem Secular.
Aqui nós temos o primeiro elemento de identidade de um membro da Ordem Secular: uma pessoa que participa da vida da Igreja Católica. Há, certamente, mais, porque existem milhões de pessoas que participam da vida da Igreja Católica que não têm o menor interesse no Carmelo.
Chegamos ao segundo elemento: sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Não é qualquer devoção a Nossa Senhora que identifica a uma pessoa chamada à Ordem Secular. Há muitos cristãos que são muito devotos de Nossa Senhora e têm um caráter mariano altamente desenvolvido em sua vida cristã. Existem muitos cristãos ortodoxos, assim como anglicanos, que são verdadeiramente marianos. Há muitos católicos que usam o escapulário por razões válidas e com sincera dedicação a Maria, que não são chamados a serem Carmelitas Seculares. Não é só isso, mas há algumas pessoas que vêm à Ordem Secular precisamente por sua devoção a Maria, ao escapulário e ao rosário, que não têm vocação para a Ordem Secular.
O aspecto específico da Bem-Aventurada Virgem Maria que deve estar presente em qualquer pessoa chamada ao Carmelo é a inclinação a meditar em seu coração, frase que o evangelho de São Lucas usa duas vezes para descrever a atitude de Maria frente a seu Filho. Sim, todos os demais aspectos da vida e devoção marianas podem estar presentes – a devoção ao escapulário, o terço e outros. Eles são, todavia, secundários àquele aspecto da devoção mariana. Maria é nosso modelo de oração e meditação. O interesse em aprender a meditar ou a inclinação à meditação é uma característica fundamental de qualquer OCDS.
Talvez seja a mais fundamental.
Uma experiência freqüente em muitos grupos é a de ter pessoas que se aproximam da Ordem Secular para se tornarem membros – às vezes um sacerdote diocesano que é muito devoto de Maria, ou alguém que já tenha feito muitas peregrinações a santuários marianos em todo o mundo, ou uma pessoa que está muito familiarizada com muitas das aparições e mensagens atribuídas a Maria – verdadeira autoridade em movimentos marianos da atualidade. Muitas vezes essas pessoas não têm a menor inclinação para meditar em seu coração. Desejam tornar-se rapidamente “professores” da comunidade sobre a Bem-Aventurada Mãe e introduzem uma corrente mariana não-carmelitana na comunidade. Se essa pessoa é um sacerdote, é muito difícil para a comunidade proteger-se desse desvio em sua vida mariana. Há outros grupos marianos e movimentos que podem ser lugar para essa pessoa, porém não a Ordem Secular.
Além disso, na família Teresiano-Carmelitana há um lugar para aqueles cuja motivação primária é a devoção ao escapulário e a Nossa Senhora do Carmo. É a Confraria (ou Irmandade) do Escapulário ou a Confraria (ou Irmandade) de Nossa Senhora do Monte Carmelo.
Maria, para os membros da Ordem Secular, é o modelo de atitude meditativa e de disponibilidade. Ela atrai e inspira o Carmelita a um modo contemplativo de entender a vida do corpo místico de seu Filho, a Igreja. É ela quem atrai a pessoa ao Carmelo. E no programa de formação, que a pessoa conhece quando entra no Carmelo, este é o aspecto que deve ser desenvolvido na pessoa. Então, digo que este é o segundo elemento: sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo.
O membro da Ordem Secular de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de Santa Teresa de Jesus é um praticante de qualquer dos ritos da Igreja Católica Romana que, sob da proteção de Nossa Senhora do Monte Carmelo e inspirada por Santa Teresa de Jesus e por São João da Cruz... Aqui nós temos o terceiro elemento. Mencionei ambos, Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, e devo dizer, logo no início desta seção, que também posso incluir Santa Teresinha do Menino Jesus ou a Beata Elisabeth da Trindade ou Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), mas Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz são centrais para este ponto.
Tendo mencionado todos estes grandes personagens da tradição carmelitana, sublinho a importância de santa Teresa de Jesus, a quem, em nossa tradição, nos referimos como Nossa Santa Madre. A razão é porque a ela foi dado o carisma. Em muitas partes do mundo somos chamados Carmelitas Teresianos. São João da Cruz foi o colaborador original de Nossa Santa Madre tanto no aspecto espiritual quanto no aspecto jurídico da re-fundação do Carmelo neste novo caminho carismático; por isso é chamado Nosso Santo Padre. Para mim, é difícil imaginar um Carmelita Descalço, de qualquer ramo, que não seja atraído por um, que não o seja por ambos: suas histórias, suas personalidades e, o mais importante, seus escritos.
Os escritos de Santa Teresa de Jesus são a expressão do carisma dos Carmelitas Descalços. A espiritualidade dos Carmelitas Descalços tem um fundamento intelectual muito bem cimentado. Há uma doutrina envolvida aqui. Doutrina vem de docere, palavra latina que significa ensinar. Qualquer pessoa que queira ser Carmelita Descalça deve ser uma pessoa interessada em aprender dos Mestres do Carmelo. Há três carmelitas Doutores da Igreja Universal: Teresa, João e Teresinha.
Uma pessoa vem à comunidade. É uma pessoa com um grande amor pela Bem-Aventurada Mãe e quer vestir o escapulário em honra de Maria como um sinal de dedicação a seu serviço. Esta pessoa é muito orante, porém não tem interesse em ler ou estudar a espiritualidade do Carmelo Teresiano. Esta pessoa tenta ler um dos doutores Carmelitas, porém simplesmente não tem interesse em continuar lendo. Para mim, é uma boa pessoa, que pode pertencer à Irmandade do Escapulário, mas definitivamente não tem vocação para a Ordem Secular do Carmelo.
Este é um aspecto acadêmico da formação de um Carmelita Teresiano. Há uma base intelectual na espiritualidade e na identidade de quem é vocacionado para a Ordem.
E, como acontece com cada frei e cada monja, cada Secular representa a Ordem. Um Carmelita que não tem interesse em estudar ou aprofundar as raízes de sua identidade por meio da oração e estudo perde sua identidade e não pode mais representar a Ordem. Também não fala pela Ordem. Muitas vezes, quando ouvimos um Carmelita falar, torna-se óbvio, enquanto escutamos o que é dito, que ele não foi além do que aprendeu na formação, anos atrás.
Esta base intelectual é o princípio de uma atitude de abertura ao estudo. Ela leva a um interesse mais profundo na Escritura, teologia e documentos da Igreja. A tradição da leitura espiritual, a lectio divina e tempo para estudar são a coluna vertebral da vida espiritual. Boa formação depende de boa informação. Quando a informação é ruim, ou ausente, ou incorreta, a formação é interrompida ou atrasada, tendo como resultado confusão para o Secular. Se esse Secular, por algum acaso, torna-se de algum modo representante de uma comunidade OCDS, a comunidade sofre. Isto acontece com os freis, com as monjas e também acontece com os Seculares.
Esta base acadêmica ou intelectual é muito importante e está, infelizmente, ausente em muitos grupos da Ordem Secular. Não é uma questão de “ser intelectual” para ser Secular. É uma questão de ser inteligente na busca da verdade sobre Deus, sobre si mesmo, sobre a oração, sobre a Ordem e sobre a Igreja. A obediência, desde longa data, tem sido associada com o intelecto e a virtude da fé. Obediência significa abertura para ouvir (ob + audire, em latim). É uma atitude radical da pessoa, para ir além do daquilo que ela já sabe. Educação também vem do latim (ex e ducere = levar para fora de). Santa Teresa descreve a pessoa da terceira morada como quase presa e incapaz de se mover. Uma das características desta pessoa, permanentemente na terceira morada, é que ela quer ensinar todo mundo: ela sabe tudo. Na realidade, ela é desobediente e não pode ser educada. Isto é, ela está fechada e incapaz de aprender.
O quarto elemento da descrição é: quem faz o compromisso com a Ordem. Há muitos católicos comprometidos, que são devotos de Maria e até mesmo experts em Santa Teresa, São João ou em um de nossos santos e não têm vocação para Ordem Secular. Estas pessoas podem ser contemplativas ou quase ermitãs, gastando horas na oração e no estudo cada dia, mas não têm vocação para serem Carmelitas. Qual é o elemento que distingue estas pessoas daquelas chamadas a seguir Jesus Cristo mais de perto como Carmelitas Seculares?
Não é a espiritualidade, nem o estudo, nem a devoção a Maria. Expondo de maneira simples, o Carmelita Secular é movido a comprometer-se com a Ordem e com a Igreja. Este compromisso, na forma das Promessas, é um acontecimento eclesial e um acontecimento da Ordem, além de ser um acontecimento na vida da pessoa que faz as Promessas. Em certo sentido, tendo sempre em mente os contextos particulares de família, trabalho e responsabilidades que estão presentes em sua vida, a pessoa que faz o compromisso passa a ser caracterizada como Carmelita.
Como disse, é um acontecimento eclesial e um evento da Ordem. É por essa razão que a Igreja e a Ordem têm uma palavra essencial, em união com o candidato, na aceitação e aprovação do compromisso da pessoa. É também por essa razão que a Igreja e a Ordem dão as condições e estabelecem os termos contidos nas Promessas. É possível que uma pessoa queira comprometer-se a certas coisas, meditação diária e o ofício divino, por exemplo. Porém a Igreja, por meio da Ordem, estabelece as linhas básicas e gerais para entender esta compromisso.
O Secular pertence ao Carmelo. O Carmelo não pertence ao Secular. O que quero dizer com isso é que há uma nova identidade, desenvolvida a partir da identidade batismal, que se torna, necessariamente, ponto de referência. Assim como a Igreja é ponto de referência para a pessoa batizada (a pessoa batizada pertence à Igreja), o Carmelo passa a ser ponto de referência para o Secular. Quanto mais “católico” alguém se torna, mais reconhece a universalidade da Igreja. Da mesma forma, quanto mais “Carmelita” alguém se torna, mais reconhece a universalidade do Carmelo.
De fato, a pessoa que se compromete com o Carmelo na Ordem Secular descobre que o Carmelo se torna essencial à sua identidade como católico.
É porque as Promessas são o meio pelo qual alguém se torna membro da Ordem Secular que a formação para as Promessas é tão importante – formação e formação permanente.
Um aspecto importante deste compromisso é o compromisso com a comunidade. Uma pessoa que deseja ser membro da Ordem Secular deve ser capaz de formar comunidade, de ser parte de um grupo que está dedicado a uma meta comum, mostrar seu interesse pelos outros membros, ser capaz de apoiar outros na busca de uma vida de oração e ser capaz de receber o apoio de outros. Isto se aplica mesmo àqueles que, por várias razões, não podem participar ativamente de uma comunidade. Na formação com vistas ao futuro da comunidade, esta característica social é uma das que devem ser desenvolvidas. Há pessoas que são introvertidas e quietas, mas são muito sociáveis e capazes de formar comunidade. E há pessoas que são muito extrovertidas e ao mesmo tempo incapazes de formar comunidade. Nesta questão é necessário usar o bom senso. Responda à seguinte questão: daqui a dez anos, com a ajuda desta pessoa, o que a comunidade será?
Há também a questão de pessoas que pertencem a outros movimentos: Catecumenato, Focolares, Movimento Mariano de Sacerdotes, Renovação Carismática, por exemplo. Se o envolvimento da pessoa não interfere com seu compromisso com o Carmelo e se a pessoa não introduz na comunidade elementos incompatíveis com a espiritualidade OCDS, então, em geral, não há problema. Quando a pessoa desvia a comunidade de seu propósito e estilo de vida espiritual que os problemas começam. Algumas vezes há pessoas tão confusas que elas vêm ao Carmelo e falam sobre Nossa Senhora de Medjugorie. E vão a um encontro de Medjugorie e falam sobre oração teresiana.
O ponto mais importante é: a pessoa deve escolher a Ordem Secular. Este compromisso deve ser mais importante do que outros movimentos ou grupos.
Este compromisso com a Igreja mediante o Carmelo tem tanto um conteúdo, quanto um propósito. Eles estão expressos nos dois últimos elementos de minha descrição de quem é um Carmelita Secular.
O quinto elemento é buscar o rosto de Deus. Este elemento expressa o conteúdo das Promessas. Eu poderia reformular este elemento de várias formas: rezar, meditar, viver a vida espiritual. Escolhi este porque é bíblico e expressa a natureza da contemplação: observar maravilhado a palavra e a obra de Deus para conhecê-lo, amá-lo e servi-lo. O aspecto contemplativo da vida carmelitana deve concentrar-se em Deus, reconhecendo sempre que a contemplação é dom de Deus, não uma aquisição resultante do dedicar bastante tempo a essa tarefa. Este é o compromisso com a santidade pessoal. O Carmelita Secular deseja ver Deus, deseja conhecer Deus e reconhece que a oração e a meditação adquirem grande importância. As Promessas são um compromisso com um novo modo de vida, no qual a fidelidade a Jesus Cristo marca a pessoa e a maneira como ela vive.
A vida pessoal do Carmelita Secular se torna contemplativa. O estilo de vida muda com o crescimento nas virtudes que acompanha o crescimento no espírito. É impossível viver uma vida de oração, meditação e estudo sem mudanças. Este novo estilo de vida melhora todo o resto da vida. A maioria dos membros da Ordem Secular que são casados, e aqueles com famílias, experimentam que o compromisso com a vida carmelitana na OCDS enriquece seu compromisso matrimonial e familiar. Homens e mulheres Carmelitas Descalços Seculares que trabalham experimentam um novo compromisso moral pela justiça no lugar de trabalho. Os que são solteiros, viúvos ou separados encontram neste compromisso com a santidade uma fonte de graça e força para viver suas vidas com dedicação e propósito. Isto é o resultado direto de buscar o rosto de Deus.
A oração é a essência do Carmelo? Muitas vezes ouvi ou li esta afirmação. Nunca tenho muita certeza de como respondê-la. Não porque não saiba o que é a oração ou porque a oração não seja de grande importância para qualquer Carmelita, mas porque nunca sei o que o orador ou escritor quer justificar com seu enunciado.

Se para a pessoa oração quer dizer santidade pessoal e a busca de uma espiritualidade genuína que reconhece a supremacia de Deus e da vontade divina para a família humana, então sim, eu concordo. Se a pessoa quer dizer que eu, como Carmelita, realizo minha inteira obrigação de Carmelita sendo fiel à minha oração e que não há nada mais que eu precise fazer, então não, não estamos de acordo. Santidade pessoal não é o mesmo que busca pessoal de santidade. Para um membro batizado da Igreja a santidade é sempre eclesial, nunca egoísta ou apenas para satisfação própria. Nunca sou juiz de minha própria santidade (Nemo judex in causo suo).
Sou santificado pela prática das virtudes. Isto é resultado direto de uma vida de busca orante de Deus em minha vida. Este é o segredo Carmelita: a oração não nos torna santos. A oração é um elemento essencial na santidade cristã (carmelitana) porque é o contato freqüente e necessário para permanecer fiel a Deus. Este contato permite a Deus fazer sua vontade em minha vida, a qual então anuncia ao mundo todo a presença de Deus e sua bondade. Sem o contato da oração não posso conhecer a Deus, e Deus não pode ser conhecido por outros.
Buscar o rosto de Deus requer um inacreditável quantidade de disciplina no sentido clássico e original da palavra (discípulo – alguém que aprende). Devo reconhecer que sou para sempre um estudante. Nunca me torno um mestre. Sou sempre surpreendido com a ação de Deus no mundo. Deus é, para sempre, mistério. As pistas da existência de Deus sempre me interessam; eu as encontro em todos os momentos da vida, como solteiro, viúvo, casado, na família, no trabalho e na solidão. Porém, elas só se tornam reconhecíveis e claras por meio da oração, observando a partir do coração. O chamado à santidade é um desejo ardente no coração e mente daquele que é chamado à Ordem Secular. É um compromisso que o Secular deve assumir. O Secular é atraído pela oração, achando na oração um lar e uma identidade.
Esta oração, esta busca de santidade, este encontro com o Senhor tornam o Secular mais consciente do seu ser parte da Igreja. E, como membro mais comprometido com a Igreja, a vida do Secular é mais eclesial. À medida que a vida de oração cresce, ela produz mais frutos na vida pessoal (crescimento da virtude) e na vida eclesial (apostolado) do indivíduo.
Isto me leva ao sexto elemento da descrição: para o bem da Igreja e do mundo. Esta é a novidade no entendimento do lugar do Secular na Ordem e na Igreja. É o resultado do desenvolvimento da teologia da Igreja sobre o papel dos leigos na Igreja, e da aplicação dessa teologia à Ordem. Começando com o documento do Concílio Vaticano II Apostolicam Actuositatem – Sobre o Apostolado dos Leigos e seus frutos, os Sínodos sobre os Leigos, em 1986, e sobre a Vida Consagrada, em 1996 (Christifidelis Laici e Vita Consecrata), a Igreja tem sublinhado constantemente a necessidade de um mais aprofundado compromisso dos leigos para com suas necessidades e as necessidades do mundo. Santa Teresa tinha a convicção de que a única prova da oração era o crescimento nas virtudes, e que o fruto da vida de oração era o nascimento de boas obras.
Às vezes ouço um Secular dizer: o único apostolado do Secular é a oração. A palavra que torna esta afirmativa falsa é “único”. Uma atitude orante e obediente aos documentos da Igreja nos faz ver claramente que o papel do leigo na Igreja mudou. A Regra de Vida fala sobre a necessidade de cada Secular ter um apostolado individual. A Christifidelis laici ressalta a importância do apostolado de grupo das associações na Igreja, e a OCDS é uma associação na Igreja. Muitos Seculares, quando ouvem mencionar o apostolado de grupo, pensam que estou falando sobre a comunidade inteira estar envolvida em algo que toma horas e horas de cada dia. Não é isto, em absoluto, o que “apostolado de grupo” quer dizer. O parágrafo 30 da Christifidelis laici dá os princípios básicos de eclesialidade para as associações e faz uma lista dos frutos desses princípios. O primeiro fruto da lista é um desejo renovado pela oração, meditação, contemplação e vida sacramental. Estas estão “bem dentro do caminho do Carmelo”. Quantas pessoas precisam saber o que nossos carmelitas Doutores da Igreja têm a dizer! Se cada carmelita se dedicasse a propagar a mensagem do Carmelo, quantas pessoas evitariam confusão em sua vida espiritual! Entre em uma grande livraria e você verá quanta bobagem está classificada na seção “Misticismo”.
Cada comunidade tem que responder, como comunidade, a esta pergunta:
Que podemos fazer para compartilhar com outros o que temos recebido por pertencer ao Carmelo?
Nós, como Carmelitas, podemos ajudar a esclarecer essa bagunça tornando conhecido o que sabemos. Isto não é uma opção. É uma responsabilidade. Ser Carmelita não é um privilégio. É uma responsabilidade, tanto pessoal quanto eclesial.
Como disse no começo, não é só um elemento que ajuda no discernimento da pessoa que tem a vocação para a Carmelo como Secular. É a combinação de todos estes elementos que faz a diferença!
V Encontro de Jovens da OCDS

CARISMA CARMELITANO

CARISMA CARMELITANO EM SANTA TERESA DE JESUS, SÃO JOÃO DA CRUZ E
SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

Falar de Carisma Carmelitano é, sem dúvida, falar de espiritualidade, ou melhor, falar de uma espiritualidade específica dentro da Igreja que possui em seu interior várias expressões e modos de espiritualidade. Enquanto estamos evoluindo como pessoas nesta terra, necessitamos de espiritualidade, de um caminho essencial para se encontrar com Deus. Os homens e as mulheres de todos os tempos foram e são intimados a buscar dentro de si mesmos motivações para construir um mundo novo baseado nos princípios do Evangelho. Os santos carmelitas, ao fazerem sua releitura do Evangelho, acabaram por atualizar a sua mensagem dentro do contexto vivido, dando-lhe um novo “rosto”, sem, contudo deixar de lado a essência da Boa - nova de Jesus.
O Carmelo tem o seu carisma próprio. Assim como outras ordens, congregações e sociedades de vida apostólica também possuem sua identidade e fisionomia, o Carmelo possui um patrimônio espiritual que é chamado a renovar constantemente, numa “fidelidade criativa”. Somos chamados a voltar às fontes e renovar-nos por meio de um processo de conversão, para que o espírito de Santa Teresa, São João da Cruz, Santa Teresinha e demais santos do Carmelo permaneça sempre vivo, seja mais atraente para o mundo de hoje e seja capaz de suscitar entusiasmo, admiração e desejo de imitação nos corações de tantos jovens de todos os tempos.

O Carisma em Santa Teresa de Jesus: a oração é o caminho para se chegar a Deus

A oração é o tema central da mensagem de Santa Teresa; sua primeira lição. Foi igualmente o ponto central de sua experiência: a aventura de seu drama pessoal e a dimensão mais funda de sua interioridade. Na oração a Santa se serviu para explicar o mistério da vida cristã e assim expô-la a seus leitores. Somente isso bastaria para justificar a atualidade de sua lição, pois hoje o que nos preocupa é justamente o tema da oração. A atualidade da oração teresiana não somente consiste que suas palavras tenham chegado até nós de uma forma viva, com sentido para nosso espírito, mas consiste numa confrontação diante de nossa crise oracional.
A experiência teresiana da oração relatadas em várias de suas obras, principalmente no Livro da Vida, no Caminho de Perfeição e nas Moradas, mostra o itinerário da Santa que coincide com três situações características do cristão diante de Deus: a oração espontânea, a oração difícil e a oração infusa (recebida e quase que imposta de cima).
Através deste caminho evolutivo na oração, santa Teresa de Jesus vai mais além: ela nos aponta o caminho do castelo interior, fazendo com que a imagem do Deus distante medieval dê lugar à concepção de que Ele está em nós e busca comunhão e vida com seus filhos. Estes para adentrarem ao mistério insondável de Deus devem passar pela porta da oração. Eis, portanto, a chave da passagem do contraste para a harmonia, pois como ela diz, a oração é “um trato de amizade com Deus”. Ao orarmos encontramos com nosso verdadeiro eu, sem máscaras nem fingimentos diante do Absoluto.

O Carisma em São João da Cruz: a “ditosa ventura” de encontrar a Deus na liberdade humana

São João da Cruz apresenta-nos a vida mística como caminho para a verdadeira liberdade. Ele projeta a perfeição como escalar uma alta montanha que chama de Carmelo. Escalar a montanha é fácil no início, mas torna-se cada vez mais difícil à medida que se sobe. Por isso os que chegam ao topo são sempre uns poucos e corajosos que tiveram a ousadia de enfrentar todas as dificuldades e não se deixaram desanimar. Não pegar nem o caminho da direita e nem o da esquerda onde se encontram os prazeres da terra e do espírito, mas tomar o caminho central onde está escrito por todo lado: Nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada... O nada de João da Cruz não é negativo, mas é positivo: é necessário renunciar a tudo para possuir tudo.
Quem consegue chegar ao cimo da montanha respira ar novo, purificador; sente-se totalmente livre e experimenta a maior liberdade. Porque no cimo da montanha existe somente a honra e a glória de Deus, e para o justo não há lei.
O Carmelita deseja viver esta liberdade interior, não ter mais nada que possa prendê-lo, porque o seu coração está totalmente entregue e possuído por Deus, que é amor e liberdade. João da Cruz, com sua sabedoria, diz: “Que um passarinho esteja preso por uma corda ou por uma linha é a mesma coisa, não pode voar”.
Quer sejamos escravos de grandes paixões ou de pequenas paixões o resultado será o mesmo: seremos escravos. O desejo de ser livre é o mais íntimo e profundo do ser humano. A liberdade é o domínio de si mesmo, das próprias paixões e desejos. É livre quem sabe ser “dono e senhor de seus atos e não se deixa escravizar por nada, e ninguém”. A liberdade nasce dentro de nós e floresce no deserto. Somos educados na liberdade na medida em que sabemos superar as forças do mal e conseguimos estabelecer equilíbrio entre os instintos da carne e os desejos do espírito. No Carmelo, na escola principalmente de S. João da Cruz, aprende-se o caminho da noite e da ascese. Somente caminhando na noite se chega à alegria da experiência da liberdade que se encontra na fusão do nosso ser com Deus, onde todas as amarras do pecado são quebradas.
Este sonho e ideal de liberdade faz-se cada vez mais forte no coração de quem busca com sinceridade o Senhor. A proposta do Carmelo é que homens e mulheres sejam livres, não dominados pelas paixões, pelos desejos da carne, do poder e possa fazer florescer os frutos do Espírito. Uma proposta de liberdade: “voltar à extrema simplicidade”, numa austeridade escolhida e querida. Não sermos escravos do consumismo, mas sabermos que todas as coisas devem ser um meio e não um fim em nossas vidas. Na busca da liberdade é necessário libertar-se de tudo o que torna duro e pesado o nosso caminho. As propostas do Carmelo são evangélicas: somente no encontro pessoal com Deus será possível vivenciar a verdadeira liberdade. A liberdade nasce no deserto: mais despojados somos e mais seremos livres.

O Carisma em Santa Teresinha: Viver de Amor através da pequena via

Uma das maiores contribuições que Santa Teresinha deu aos cristãos em nossa época, foi a de mostrar de um modo simples e concreto, que a santidade é acessível a todos, pois tal é a vontade de Deus a nosso respeito, que nos diz pela boca de Jesus no Evangelho: “sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mt 5, 48).
Após tentar seguir o caminho de santidade próprio da Vida Religiosa de sua época, fundado no “heroísmo ascético” e nas mortificações, ela descobrirá que Deus lhe reservava um outro caminho, pois ela tinha um grande desejo de ser santa, mas não conseguia seguir o caminho das grandes penitências e sacrifícios. E após longo tempo de crescimento na arte de “conviver e aceitar as próprias limitações”, em setembro de 1894, Teresa descobrirá nas Escrituras a sua “pequena via”. Nela, Teresa finalmente encontra a solução do problema que a afligia, e descobriu que a santidade não é fruto dos nossos esforços, mas dom gratuito de Deus, que nos faz participantes de sua vida divina. Em outras palavras, descobre que “da parte do homem, ele deve aceitar de forma concreta sua pobreza, não com um gesto indiferente, mas com profunda humildade, digna de Deus. Para pertencer ao número dos convidados deve comportar-se como “pequenino”, confessar-se que é necessitado, e “ir a Deus”. Isso quer dizer que reconhece Deus como aquele que vem ao seu encontro com misericórdia, e com confiança cega se entrega a Ele. Essa cegueira é a lucidez mais alta do abandono misericordioso. O homem abandona a si mesmo e se abandona em Deus. Ele abre mão de si para se abandonar nas mãos de Deus”.
Todavia, ao colocar no centro de sua busca da santidade a confiança e abandono nas mãos de Deus, isso não quer dizer, que Santa Teresinha desconheça a necessidade de colaborar com a graça de Deus. O que ela faz é tirar o enfoque do ato “de fazer grandes obras”, que colocava a santidade como algo extraordinário, para colocá-lo na intenção: “de que por mínimas que sejam as coisas que fazemos no nosso dia-a-dia, que as façamos por amor”.
Portanto a grande característica da “pequena via” de Teresinha, é ser ela um caminho que pode ser seguido por todos, pois é um caminho de simplicidade que não exige nem êxtases e nem penitências extraordinárias, mas somente a sabedoria de revestir de amor todas as atividades da nossa vida, até mesmo as mais ordinárias, pois “... Jesus não olha para a grandeza das ações e nem mesmo para a sua dificuldade, mas para o amor que preside estes atos...” (Carta 65, a Celina, 20 de outubro de 1888).
E depois de dedicar toda a sua vida, e no escondimento de seu mosteiro, fazer pequenos sacrifícios e pequenas ações por amor de Jesus, ela pode dizer-nos, que: “...o menor ato, o mais oculto, feito por amor, tem muitas vezes, mais valor que as grandes obras. Não é a santidade aparente das ações que vale, mais unicamente o amor que se põe nelas. Ninguém poderá dizer que não pode dar essas coisinhas a Deus, pois estão ao alcance de todos” . E sem dúvida, Santa Teresinha cumpriu a promessa que fizera, pouco tempo antes de morrer:
“...sinto que a minha missão vai começar, a minha missão de fazer amar o bom Deus como eu o amo, de ensinar a minha pequena via às almas” pois em toda a Igreja e mesmo fora dela, atraiu uma verdadeira “legião de pequenas almas” que se descobriram vocacionadas à santidade, devido a sua influência e o seu testemunho.

V Encontro de Jovens da OCDS

Trato de Amizade com Deus

Oração: Trato de Amizade com Deus

Nos escritos de Santa Teresa, grande mestra espiritual do Cristianismo, encontramos uma seiva sempre viva que não cessa de correr, perpassar e dinamizar as entranhas e todas as dimensões da vida desta mulher ‘acostumada’ a viver dentro das muralhas de Ávila, mas que sempre sonhou uma liberdade maior, desejando voar longe, em novos espaços e em novos céus.
O caminho espiritual de Teresa é essencialmente um caminho amoroso, no qual Deus, o Amado, se faz seu particular pedagogo, conduzindo-a com mão firme e apaixonada através de diversas etapas místicas nas quais a santa vai conhecendo-O melhor e mais profundamente. É esse o caminho que Teresa descreve na sua obra do “Castelo Interior”, onde utiliza o símbolo do castelo para descrever os períodos e estados – as “moradas”- pelas quais passa a pessoa habitada pelo Espírito Santo em direção ao amor pleno de Deus e à união transformante. Desde um primeiro momento, o amor se faz urgência em sua vida, e podemos dizer que também em sua oração.
Na medida em que caminha pela estrada de sua própria história e anda pelas moradas do Amado, Teresa vai descobrindo a pessoa de Jesus cuja “sacratíssima humanidade” a encanta. Sua cristologia, inseparável de sua mística, é altamente realista, envolvendo sua corporeidade dinamizada pelo espírito do mesmo Jesus, que a ama com amor apaixonado e a vai conduzir até o matrimonio místico.
O compromisso de Teresa se faz determinante na medida em que avança na comunhão com o Cristo onde vê não só o Salvador, mas também Aquele que a faz feliz como mulher, a quem pode dar-se totalmente como esposa. É com S. Teresa que a mística esponsal se consolida no Ocidente cristão e o ideal do matrimônio espiritual, já lançado pelos Padres da Igreja, nela se confirma, não como teoria e doutrina, mas como experiência pessoal e vida.
Teresa não nasceu rezando, mas aprendeu a rezar e fez da oração a “arte de amar”. Vai repetindo para si mesma e para os outros que a oração “não consiste em muito pensar, mas sim em muito amar ”. Esta novidade por ela trazida para a prática e a orientação da vida espiritual influenciará toda a mística cristã daí em diante. Nela, inteligência e afetos se unem profundamente e, aonde não chegam intuição e inteligência, sempre chega o amor. É clássica a definição de Teresa sobre a oração: “Para mim a oração é um trato de amizade – estando muitas vezes tratando a sós - com Aquele que sabemos que nos ama ”. Teresa vê na oração não um intimismo, nem tampouco uma fuga do compromisso com o mundo, mas sim uma porta que se abre para entrar no “castelo interior da nossa alma onde está o Rei, sua Majestade”. Quanto mais rezamos mais avançamos nas moradas que nos levam à íntima comunhão e ao matrimônio espiritual e sentimos a necessidade de dedicar-nos a fazer algo: “obras quer o Senhor”.
A oração-amizade, vivida e ensinado por Teresa, exige e relativiza ao mesmo tempo os momentos de oração. Torna-se exigente, por ser a amizade à força de presença totalitária, busca do “trato a sós” com Deus.
Com “Aquele que sabemos que nos ama”. Porém relativiza, no sentido de que a oração-amizade, abre-se a vida. Esta surge como grande local para a vivência da oração-amizade.
A oração-amizade teresiana trasborda em impulsos apostólicos, na missionariedade e na comunhão com os outros. “Devemos deixar de rezar se é para estarmos com alguém que necessita de nossa ajuda”. A teologia oracional de Teresa é, portanto, comprometedora e libertadora; não fechada em si mesma, num “narcisismo” ou na busca de visões e autocomplacências estéreis. Em Teresa o amor se faz gesto e caminho de plena liberdade interior. Será seu mestre o próprio Cristo, que a guia por caminhos novos.

V Encontro de Jovens da OCDS

Jovens da OCDS


Caminhos de Oração

“A razão principal da dignidade humana consiste na vocação do homem para a comunhão com Deus. Já desde sua origem o homem é convidado para o diálogo com Deus. Pois o homem, se existe, é somente porque Deus o criou e isto por amor. Por amor é sempre conservado.” (Gaudium et Spes, 19)
O homem é um ser essencialmente orante, desde a criação Deus colocou em seu coração o desejo de buscá-lo e de permanecer em íntima comunhão com Ele. Portanto, orar é um trato com Deus no qual lhe manifestamos os desejos do nosso coração, é fundamentalmente um relacionamento com Deus, o OUTRO transcendente; o que nos transforma é o encontro com o OUTRO e não apenas propósitos voluntaristas repetidos diariamente. O Criador convida incessantemente cada pessoa a buscá-lo para uma experiência de diálogo, ou melhor, a uma vida oracional onde a Sua vontade esteja direcionando a vontade e o cotidiano do orante. É por meio da oração e dos Sacramentos da Igreja que o homem adquiri a graça e a força para se tornar digno de tal empreita.
Deus vem ao encontro de seus ‘amigos’ porque sabe que estes só encontrarão a verdadeira felicidade junto dele. Anseia, portanto, pela resposta do homem que sozinho não é capaz de encontrar a razão principal de sua dignidade. Além disso, deseja que seus ‘amigos’ sejam perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito (Mt 5,48).
Com o sacramento do Batismo as criaturas tornam-se filhos muito amados de Deus e assim o “cristão, reconhece a tua dignidade” (São Leão Magno) sendo, portanto, chamado a levar uma vida conforme nos apresentou Jesus Cristo, que sempre realizou a vontade do Pai. Cristo é o grande mestre da oração que ensina seus discípulos a orarem com um coração puro e uma fé viva.
A tradição cristã aponta ao orante caminhos pelos quais se intensifica a familiaridade com o divino; a oração vocal, a meditação e a oração contemplativa são meios que levam o orante a uma profundidade interior a ponto de exclamar: “depois de algum tempo percebi que minha oração havia passado dos lábios para o coração. Parecia-me que o coração, com cada uma de suas batidas, repetia as palavras da oração... Em seguida, experimentava em meu peito e em meu coração um fogo singular e beatificante” (Relatos de um peregrino russo, p. 34).
A vida de oração significa estar habitualmente em sintonia com Ele, o grande mestre da vida espiritual. Para se chegar a tal comunhão é necessário percorrer uma longa estrada que possui desafios (desânimo, falta de compromisso ou interesse), na qual acabam prolongando o percurso da caminhada. No entanto, proporcionará ao fiel:
Uma confiança filial determinada, que ajudará na superação das tribulações;
A esperança filial de colocar-se com toda confiança nas mãos do nosso bom Pai do céu;
E a humildade (fundamento da oração) que é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração conforme a Sua vontade.
Conforme diz um cisterciense do século XII, Hélinaud de Froimont: “Há uns que bendizem o Senhor porque é poderoso; outros porque é bom para eles, finalmente outros porque é bom em si mesmo. Os primeiros são escravos que temem, os segundos são mercenários que só pensam em seu interesse, mas os terceiros são filhos que só pensam em seu pai...
Só este amor pode afastar-nos do mundo ou do egoísmo a fim de dirigi-lo a Deus.” Deve-se buscar o Senhor na oração não para se beneficiar materialmente, mas espiritualmente, acreditando no amor do Pai que ama seus filhos sem esperar nada em troca, isto é entrar em intimidade com o Amado através da oração.
A perseverança na oração iluminará o dia-a-dia do fiel para que veja as diversas realidades com uma sensibilidade bastante diferente daquela que o mundo oferece.
Com os “prós” e “contras” do caminho rumo à intimidade divina o orante caminha desapegando de tudo aquilo que não o leva a Deus. Permanecendo e se firmando no Deus vivo que move e governa a pessoa nas suas dimensões espiritual, afetiva e intelectual.
“O senhor conduz cada pessoa pelos caminhos e na maneira que lhe agradam. Cada fiel responde ao Senhor segundo a determinação de seu coração e as expressões pessoais de sua oração. Entretanto, a tradição cristã conservou três expressões principais da vida de oração: a oração vocal, a meditação, a oração contemplativa. Uma característica fundamental lhes é comum: o recolhimento do coração. Esta vigilância em guardar a Palavra e em permanecer na presença de Deus faz dessas três expressões tempos fortes da vida de oração.” (Catecismo da Igreja Católica, 2699)

Oração: Caminho para a intimidade com Deus

O ato de colocar-se a caminho exige um claro discernimento em relação ao destino que se pretende chegar e os meios que serão utilizados para alcançar a meta almejada.
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo é o destino final de todo homem, de forma especial para aqueles que O buscam com todo o coração. A procura pelo Santo dos Santos dá-se por e com amor, não é mais somente viver para Deus, mas viver com Deus, combustível que move os amantes. “Se a alma busca a Deus, muito mais a procura o seu amado”. (São João da Cruz, Chama 3,28)
O principal meio para se chegar a intimidade com Deus será a própria vida do orante, pois ‘a procura de Deus faz parte da própria natureza humana que não se realiza fora dela’. A Bíblia, palavra de Deus, é capaz de promover a aproximação do orante com seu criador; a Tradição da Igreja por meio dos seus apelos a uma vida enraizada em Cristo, a abertura ao Espírito Santo que sopra e direciona o orante conforme os desígnios de Deus são caminhos que nos levam a profundidade com o Criador. “É verdade que temos igrejas para orar e livros litúrgicos, mas é preciso que a tua oração interior esteja contigo. Nas igrejas celebra-se o culto, e nelas habita o Espírito Santo, mas tua alma também deve ser a igreja de Deus, para quem ora sem cessar, o mundo inteiro se converte em igreja” (Silvano de Atos, op. Cit., PP.29-30), eis a verdade que nos coloca diante de Deus e de sua onipotência, podemos encontrá-lo no mais profundo do nosso ser e sermos uma igreja orante.
Durante o percurso, a contemplação fará parte do itinerário do caminhante. O dom de contemplar pertence à natureza humana que pode ver o Senhor no ordinário da vida chegando a tal intimidade com Deus que poderá dizer como o peregrino russo: “Eu me acostumei de tal maneira à oração, que não a abandonava nunca, sentia-a ecoar dentro de mim, não só quando estava acordado, mas também durante o sono, sem que ela fosse interrompida por um só instante, quaisquer que fossem as minhas ocupações” (Relatos de um peregrino russo, p. 58).
A dimensão contemplativa dá-se a partir das virtudes teologais que direcionam o coração do homem à comunhão com o Deus vivo, tornando-nos aptos a conhecê-lo.
A oração é considerada como via inicial da maior parte das “dinâmicas” que torna o homem um ser contemplativo. Pelo diálogo (tu a TU) e por meio das dimensões cristológicas, eclesial e trinitária, o homem faz a sua caminhada convencido de que a oração autêntica é aquela que o tornará cheio da experiência viva de Deus, e que será conduzido de forma inegável e prazerosa a um testemunho de fé e de amor. A intimidade com Deus é de tal modo que o Espírito Santo “estabelece sua morada no homem, e este já não pode deixar de orar. Quer durma, quer vele, a oração não se separa de sua alma. Enquanto come, enquanto bebe, enquanto descansa ou trabalha, enquanto está mergulhado no sono, o perfume da oração exala espontâneo de sua alma.
Além disto, não mais domina a oração limitando-a a determinados períodos de tempo, mas estende-a por todo o tempo” (Traité de Isaac Ninive, p. 174), esta é a experiência daqueles que se dedicam ao caminho da oração.
Deus e o orante são os protagonistas desta caminhada. Da parte de Deus sabe-se com certeza que ele almeja o coração do homem. Já da parte do homem um grande esforço é necessário para que o encontro entre ambos aconteça, portanto é indispensável à tomada de consciência sobre a presença de Deus e esta se adquire abrindo as portas do coração para que Ele possa tomar posse.
A intimidade com Deus pela oração reflete-se no convívio com o próximo, a oração é a chave e o adubo que abre todas as portas e fertiliza a terra do nosso relacionamento com Deus, com o irmão de caminhada e com a sua própria vida, “sem a oração, todas as virtudes são como árvores sem terra; a oração é a terra que permite crescerem todas as virtudes. O cristão, meu amigo, é um homem de oração. Seu pai, sua mãe... sua vida, tudo isto para ele é Cristo. Quanto eu chego a amar a Cristo até este ponto, amarei necessariamente também todas as criaturas de Deus. Eu também fiz isto mas esta atitude de nada serve. Quando, ao contrário, comecei a mar a Deus, neste amor encontrei o meu próximo e, neste amor de Deus, meus inimigos se converteram em amigos, em criaturas divinas” (Evágrio) .
O caminho para buscar a intimidade com Deus está traçado em nosso coração, é pela oração que se alcança este ideal de vida, coloquemo-nos a caminho dando os primeiros passos.

V Encontro de Jovens da OCDS

Frei Everaldo, ocd

Lectio Divina no Congresso Latino-americano de Jovens e internet

Uma proposta de Lectionautas.com

OGOTÁ, quinta-feira, 2 de setembro de 2010 (ZENIT.org) –

Os meninos e meninas que participarão no terceiro Congresso Latino-americano de Jovens, que acontecerá de 5 a 11 de setembro em Los Teques, Venezuela, pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), poderão descobrir a Lectio Divina, ou seja, a leitura meditada da Palavra de Deus na Bíblia.

A proposta será oferecida pelo programa conjunto do Centro Bíblico Pastoral para a América Latina do CELAM (CEBIPAL) e as Sociedades Bíblicas Unidas, chamado: “Lectionautas” (http://www.lectionautas.com/), no dia 7 de setembro das 15h às 17h30, horário da Venezuela.

Este momento será transmitido via vídeo pela internet por meio da página Lectionautas, para todos aqueles jovens que desejam se unir em oração e deixar suas mensagens, seja pela mesma página e ou por todas as redes sociais nas quais estão presentes os Lectionautas.

Atualmente mais de um milhão e duzentas mil pessoas recebem semanalmente o exercício da Lectio Divina em texto (espanhol, português, inglês e italiano), em áudio e também em vídeo. Estes serviços são totalmente gratuitos.


SANTOS E BEATOS CARMELITAS



SETEMBRO:
01- Santa Teresa Margarida Redi
12- Beata Maria de Jesus
17- Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém




01 de Setembro:
SANTA TERESA MARGARIDA REDI
DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Anna Maria Redi nasceu em Arezzo (Toscana, Itália) em 15 de junho de 1747, nas vésperas da festa de Nossa Senhora do Carmo. Na nobre família dos Redi, esta menina veio à luz, sendo a segunda de um total de treze crianças. Com nove anos foi enviada a Florença com sua irmã Eleanor Catherine, para o Educandário de beneditino de Santa Apolônia. Recebeu a Primeira Comunhão no dia da Assunção de Nossa Senhora, em 1757.
Fato significativo foi ter como seu maior confidente o próprio pai, Inácio Maria Redi, homem religioso e iluminado. Entre os dois iniciou-se uma relação intensa através de cartas que, infelizmente, foram quase totalmente perdidas, pois ambos se prometeram de dar fogo às letras. Ana Maria disse repetidamente que ela era imensamente agradecida ao seu pai, mais por aquilo que ele ensinou, que por tê-la gerado.
De Margarida Maria Alacoque, nasceu-lhe uma grande devoção ao Sagrado Coração, um íntimo amor a Cristo. Aos dezessete anos, seguindo o exemplo da amiga Cecília Albergotti, sentiu a vocação para entrar no Carmelo, não obstante a dolorosíssimo processo de adeus à família. No dia 1º de Setembro de 1764 foi aceita no Mosteiro de Maria dos Anjos, em Florença. Fez a profissão religiosa em 12 de março de 1766 e se tornou Irmã Teresa Margarida do Coração de Jesus, e neste dia, por amor a Jesus, renunciou à relação epistolar com o pai. Isto lhe custou muito, mas prometeram-se que daquele dia em diante, todas as noites, antes do repouso, encontrar-se-iam no Coração de Jesus.
Pelo testemunho do seu pai e do diretor espiritual Pe. Idelfonso de S. Luís, conhecemos a sua escalada à santidade. Ainda jovem professa, sentiu um profundo desejo de conhecer a vida oculta de Jesus, então Padre Idelfonso deu-lhe como tarefa a meditação de uma passagem da carta de S. Paulo aos Colossenses que diz: “Você está morto e vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Matar a sede de Deus através da imitação de Cristo tornou-se o objetivo da sua existência. Nasce assim uma singular expressão sua: “Ó que bela escada, que escada preciosa e indispensável é o nosso bom Jesus!”
Na data de 28 de junho de 1767 (domingo), enquanto estava no coro para a Hora Terça, um sentimento sobrenatural invadiu seu ser e por diversos dias ficou numa crise positiva por isso. Doou o seu coração a Cristo, oferecendo-se para ser consumada por seu amor. Havia alcançado o último degrau da escada, transformando-se em Templo do Deus Vivo. Tudo o viveu na mais grande humildade, com o desejo porém de transmitir tal dom místico às irmãs. Pediu ao confessor a permissão de fazer a oferta de Alacoque: colocar a própria vontade nas chagas do lado do Cristo e entrar no seu Coração. Sentia-se, porém, pequena e a sua maior preocupação era a de amar bastante.
O amor a Deus se concretizou na tarefa de auxiliar de enfermagem que exercitou com extraordinária abnegação, em particular em relação a uma irmã que, por problemas psíquicos, agia com violência. A sua caridade foi silenciosa e heróica. Além disso, naquele período as irmãs doentes e idosas eram muitas. A sua mesma comunidade transforma-se em instrumento de mortificação e assim, no último Capítulo da comunidade, irmã Teresa Margarida foi repreendida porque, pelo excessivo trabalho de enfermeira, parecia negligenciar a vida contemplativa. O total domínio de si, depois de um breve abatimento, a fez superar a repreensão com um pouco de bom humor.
De Santa Teresa Margarida possuímos poucos escritos. A sua ardente devoção a fez alcançar uma altíssima experiência mística, testemunha do que a oração pode fazer em uma alma. Foi atenta por manter escondidas as suas virtudes, e por humildade, com humor, desviava a curiosidade das irmãs, a ponto de ser considerada uma “espertinha”. Chegou, porém, a dizer ao diretor espiritual que deveria tornar público os seus defeitos. Mesmo não tendo muito conhecimento teológico, foi muito atenta à compreensão da Sagrada Escritura, entendida como dom do Espírito. Teve muito cara também a leitura das obras de Santa Madre Teresa e a sua exortação de dar lugar a Deus com o silêncio interior. Ardente foi o seu amor pela Eucaristia: “No ofertório, renovo a profissão: antes que se eleve o Santíssimo, oro a Nosso Senhor para que, assim como transforma o pão e o vinho no seu preciosíssimo Corpo e Sangue, assim digne-se de transformar-me toda em si mesmo. Ao ser elevado o adoro, e renovo ainda a minha profissão, e depois peço aquilo que desejo dele.” A seu pedido, a comunidade celebrou pela primeira vez a festa do Sagrado Coração de Jesus, e empenhou-se em cada particular para que fosse solene. Nisto foi sustentada pelo pai e pelo tio, o jesuíta Diego Redi. Eram os anos nos quais nascia esta devoção, nem sempre bem acolhida por causa das influências jansenistas.
Uma peritonite fulminante (inflamação do peritônio, sendo este uma membrana que reveste internamente as cavidades abdominal e pélvica, e externamente, as vísceras contidas nessas cavidades), depois de 18 horas de atroz sofrimento, a fez encontrar com o seu Esposo Celeste, tão amado e desejado. Esquecida de si, poucas horas antes de morrer, continuava a preocupar-se das irmãs doentes. Morreu com menos de 23 anos, no dia 7 de março de 1770. Seu corpo emanava um perfume suave e ainda hoje é conservado incorrupto no Mosteiro das Carmelitas Descalças de Florença. No dia 19 de março de 1934, o Papa Pio XI a proclamou santa definindo-a “neve ardente”. A existência breve desta simples irmã, sem dotes particulares, é hoje exemplo à Igreja universal.



12 de Setembro:
BEATA MARIA DE JESUS

Nasceu em Tartanedo, Espanha, em 1560. Entrou para o Mosteiro das Carmelitas Descalças de Toledo em 1577, e fez sua primeira profissão religiosa em 1578. Aí passou a sua vida consagrada ao louvor divino, com exceção do tempo que dedicou à fundação do Mosteiro de Cuerva, em 1585.
Morreu em Toledo, no dia 13 de setembro de 1640. Santa Teresa de Jesus, nossa mãe, apreciou-a muito. Foi insigne pela contemplação dos mistérios de Cristo, vividos, intimamente, na Sagrada Liturgia e numa plena experiência pessoal.



17 de Setembro:
SANTO ALBERTO,
PATRIARCA DE JERUSALÉM

Santo Alberto nasceu na Itália por volta do ano 1149. Entrou para os Cónegos Regulares de Santa Cruz, vindo a ser Prior Geral da Congregação. Foi depois bispo de Bobbio e Vercelli.
A sua fama de santo o tornou querido aos olhos dos papas, imperadores, reis, bispos e de todo povo, que o veneravam como um homem de Deus que tinha o dom de estabelecer a paz entre os que andavam em desavenças.

Por morte do Patriarca de Jerusalém, foram unânimes os bispos, príncipes e o povo, em escolher para bispo de Jerusalém S. Alberto. O Papa teve que insistir muito para que aceitasse este cargo, que mais do que honra, era carga pesada, devido às dificuldades de toda a espécie em que se encontrava o reino de Jerusalém.

Embarcou para a Terra Santa no ano 1205, sendo o seu Patriarca de 1206 a 1214, fixando residência na vertente do Monte Carmelo. Brocardo, então prior dos carmelitas, pediu ao Patriarca Alberto que lhes desse uma norma de vida. De bom grado S. Alberto a escreveu, tornando-se assim Legislador da nossa Ordem. Por isso, e apesar de não ter sido carmelita, a Ordem do Carmo o representa nas suas imagens vestido de carmelita e com a Regra na mão.

Nas suas dificuldades encontrou consolação e coragem junto dos carmelitas, seus amigos, de quem foi sempre admirador e protetor. A Regra começa assim: “Aos amados filhos que moram perto da fonte de Elias, no Monte do Carmo…”

No ano de 1214, Alberto foi chamado a testemunhar em um processo contra um homem rico e poderoso, que poderia inclusive acabar na excomunhão deste. Mesmo ameaçado, Alberto nunca desistiu de levar o processo adiante, e acabou sendo apunhalado pelo homem rico quando presidia, em São João de Acre, aos pés do Carmelo, a procissão da Exaltação da Santa Cruz (14/09/1214), e morreu ali mesmo, cercado dos fiéis que acompanhavam a liturgia.


Que neste mês de setembro, o Espírito Santo de Deus nos fortaleza no caminho da verdade!!! Intercedam por nós todos os santos carmelitas.


Abraços fraternos,
Ceane (Mariana José de Jesus Mazurek, ocds)